domingo, 24 de outubro de 2010

O amor tem quatro olhos e duas bocas - Parte 1


Capítulo I - Esta é a história de muitos casais apaixonados. 
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Ponderei as palavras, não queria que saíssem da boca, mas sim do coração. Por vezes, é impossível ouvir o coração, quando o pensamento nos diz que ele, o amor, não nos lê os olhos, porque esses não mentem. Lutei contra as palavras, mas elas teimaram em voarem frias, agressivas, sem amor, nem carinho. Tentei fazer-te parar, mas tu apressavas cada vez mais o passo. Gritei para ouvires as palavras que os meus olhos não dizem, mas tu fechaste os teus para que não os conseguisses ler. Continuei a seduzir-te com o meu tom de voz, calmo e doce, mas tu tapaste os ouvidos com as tuas mãos grossas de homem...
No final, pensei ouvir a tua voz a dizer "amo-te", mas aí acordei deste meu sonho parvo e esquisito. Acordei com o coração cheio de amor para te dar e aproximei-me do lugar que ocupas na minha cama e nunca mais sentia o calor do teu corpo. Abri os olhos e o teu lugar estava vazio. Olhei em redor do quarto e não havia nada fora do sítio. O armário estava fechado e só a tua roupa da noite anterior tinha desaparecido. Parei! Levantei-me da cama, dirigi-me ao quarto de banho e com as mãos molhei a minha cara com água gelada e, apercebi-me que isto não era um sonho, era bem real, mas tu não fazias parte desse meu sonho. Perguntei-me porquê, o que fiz eu para saíres durante a noite, sem me dizeres nada e, tu não estavas lá para me responderes. Pergunto-me, onde foste tu? Quando voltas? E se voltas?

Percebi que não valia a pena chorar, que a minha cara não podia sentir o medo de uma separação, por isso, vesti a minha melhor roupa, aquela que tu gostas mais, saí de casa de rabo de cavalo, de calças de ganga justas, com aquela blusa branca e um casaco castanho a proteger-me do frio, a ocupar o teu lugar. Saí, pronta para a minha nova aventura, viver sem ti. Será que estou preparada? Tenho medo, mas tu não estavas para me dizer: "não tenhas, eu estou aqui para te segurar a mão". Admito que senti falta dessas palavras...

Ergui o olhar, fiz sinal para o táxi parar e parti.
Não sei o que o destino tem reservado para mim. Sou rica, por isso vou viajar. Volto para ti quando tu voltares para mim. Para onde vou? Um dia saberás.

(continua)

As palavras também voam - O início


Quando penso na palavra "escrita", imagino-me sentada numa poltrona a olhar para o mar, com caneta e papel na mão. Relembro, também, a forma como as palavras voam naturalmente. 
E foi assim, que surgiu a ideia de criar um blogue onde pudesse deixar as minhas ideias fluírem. Quero ser escritora. É um desejo, bonito e cheio de dedicação, mas se não investir todo o tempo livre que tenho nele, sei perfeitamente que nunca passará disso mesmo, de um desejo, por isso quero partilhar convosco todo o prazer que sinto quando escrevo.
Posso não ter um talento natural e as palavras podem não ser sempre belas, mas um dia serão. Por isso, vou deixar as palavras voarem para a rota que quiserem, porque elas são livres e eu sou apenas quem as escreve e dá vida.