sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O amor tem quatro olhos e duas bocas - Parte 7


Não consegui terminar o jantar. Estava tudo muito bonito. O ambiente estava romântico, tal como eu gosto. O quarto estava decorado da forma mais delicada do mundo, mas estava lá ele e era impossível resistir-lhe por muito tempo. O jeito como comia, o toque que fazia no seu cabelo, a maneira como falava... era tudo perfeito nele. Será possível ele ser um homem decente? Creio que não. É perfeito demais para isso. Eu juro que tentei lutar contra aquele sentimento. Não sei bem o que era, mas tinha a sensação de que andavam borboletas dentro do meu corpo. Apetecia-me rir só de olhar para ele, sem motivo aparente. Por momentos soltei um sorriso, mas no momento a seguir coloquei uma expressão facial mais séria para que ele não percebe-se que estava emocionada. Parei de pensar, agi com o coração. Espero que este não me atraiçoe. Não quis pensar e convidei-o para um duche. Ele disse que não. Fiquei intrigada. Sentei-me no colo dele, para o tentar seduzir. Tudo o que eu mais queria era aquele corpo inteiramente para mim. Na realidade, queria bem mais que o corpo, queria a alma, queria-o a ele inteiro só para mim. Apercebendo-se das minhas intenções, disse: "Ainda falta a sobremesa, querida"

Parei! Olhei para ele com um olhar desconfiado e sem pensar disse: "Desculpa, chamaste-me o quê?".  
"Chamei-te querida, porquê não gostas?" - disse ele.
"É estranho. Já há muito tempo que ninguém me chamava querida!" - acabei por confessar.
"A partir de agora chamo-te sempre querida, porque tu és sem dúvida a pessoa mais dócil que conheci" - disse ele com um olhar terno, enquanto tentava pegar-me ao colo.
"Que estás a fazer? Para onde me levas?" - perguntei. Acho que foi a pergunta mais estúpida para o momento. Às vezes consigo ser muito inconveniente.
"Apenas fecha os olhos e deixa-te levar, querida". - disse ele ao mesmo tempo que fechava a porta do quarto.

Neste momento não consegui dizer mais nada. Perdi noção do lugar para onde ele me levava. Sei que subimos escadas, que andamos de elevador durante cerca de meia hora. Tinha um certo receio que alguém me visse com ele. De certa forma, queria que fosse um momento desconhecido para os outros. Não queria que olhassem para mim como mais uma que caíra nos braços do patrão, por isso preferia que fosse tudo às escondidas. Enquanto tentava adivinhar onde estávamos, ele disse: "Abre os olhos, querida". Abri e senti um rajada de vento. Era fria, mas ele apertou-me contra o seu peito e nesse momento deixei de sentir o frio. Simplesmente deixei-me levar pelas emoções que levava ao peito.

Olhei, novamente, em redor. Da mesma forma que fiz quando descobri o que ele preparava para mim lá em baixo no quarto. Não percebia a razão da rajada de frio. Estava tudo decorado em tons de dourado e branco. Um verdadeiro encanto. Com pétalas de flores espalhadas pelo chão. Só depois é que me apercebi que estavamos no último andar do hotel. Em cima de todo. Estava maravilhada. Podia ver-se a Torre Eifel daquele lugar.

"Irei guardar no meu peito sempre esta imagem. É a melhor vista que vi até hoje. Obrigado, a sério" - disse eu com a lágrima no quanto do olho.
"Não tens de agradecer. Queria partilhar contigo um pequeno segredo meu. Este é o meu, segundo lugar, preferido no Hotel. Faz-me sentir mais calmo."
Curiosa como sempre perguntei: "Qual e o pirmeiro?"
"Um dia digo-te. Hoje ainda não mereces saber qual é, querida." - Disse ele num tom de brincadeira e com aquele sorriso misterioso."Vive o momento. Isto é tudo só para nós."

E de repente aquele lugar ficou iluminado. Pude ver que tinha uma cama no centro do telhado. Era redonda e parecia ser muito fofa. Sem pensar duas vezes, puxei pela gravata dele...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Divagações *1

Gostava de fazer várias publicações do que a minha mente me permite imaginar, no entanto, o tempo não permite que o faço diariamente. Gostava de dedicar mais tempo ao prazer da escrita, mas ficamos apenas pelo desejo de escrever, porque escrever é hoje mais difícil do que ontem. Não pela imaginação, mas pelo tempo. Com isto, quero apenas agradecer a todos que passam por aqui, que comentam e que lêem o que escrevo. Por vocês prometo fazer uma publicação o mais rápido possível. Com o regresso às aulas pode ser que consiga gerir melhor o tempo. Mais uma vez muito obrigado por todos os comentários que têm deixado.